quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Perdido
A gente vai perdendo as coisas,
E vai achando as coisas perdidas.
Vai tolerando o intolerável
Murmúrio das frases desconexas.
Que vem do fundo das doidas avenidas.
Entre um absurdo e um canteiro.
Vai arquivando as faltas anexas;
A um sonho de vagar a esmo.
Metade mesmo de um pequeno inteiro.
E moldando a massa do corpo
Ao fumo da alma breve.
Ressuscitando sempre o mesmo morto.
Como um cumprimento mecânico
A um ser invisível entre os fogos santos.
E as auroras tristonhas e elevadas,
A um sol de outro mundo e mantos,
Tingidos de sangue...E flores pintadas
A mão ferida da promessa extinta,
Apenas pra ter onde prender o olhar.
Enquanto morriam as tardes sob o mar.
E enquanto era assim
Urgente apenas silenciar!
Claudia Morett
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