domingo, 7 de fevereiro de 2010


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…

Florbela Espanca

Um comentário:

  1. Florbela Espanca... que lê as mentes de qualquer rapariga apaixonada! Como tais pensamentos vagueiam sobre a minha mente mas as minhas mãos sem coragem para passá-los para o papel! Para todas aquelas em que o amor vagueia no coração e confunda a cabeça com o desejo este é o poema que reflecte a vossa imagem! Definitivamente uma deusa por entre os poetas

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