domingo, 16 de maio de 2010


Moro na vida e no absurdo, me reparto nos instantes de ser e de não ser.
Nasço em cada esquina e cumpro meus horários.
Fico aberta em sorrisos e desfeita em lágrimas.
Atenta as dores alheias, tímida diante do espelho.
Manipulo os cabelos com cuidado, mas sem me preocupar com sua forma.
Fico cansada, xingo, respiro e espirro.
Derrubo as coisas e me exaspero.
Digo “com licença” e “muito obrigada”, sinto ímpeto de quebrar as coisas.
Tenho vontade de começar tudo de novo e juro não fazer aquilo novamente.
No meio da multidão me sinto só e me desespero.
Rio o dia inteiro e tem noites que choro.
Duvido da vida e tenho vontade de sumir.
Adoro música e como pipoca. Tenho medo e sofro.
Vejo e sinto. Passo e existo.
Tenho marcas, dores e muitas alegrias.
Caminho como quem não quer nada e me emociono com o nascer do sol.

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