domingo, 16 de maio de 2010
"Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho.
Eu que tinha querido o Caminho, com letra maiúscula... hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo.
Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo
de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei.
Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada".
Clarice Lispector
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