terça-feira, 7 de abril de 2009


Lembro-me bem do seu olhar

Ele atravessa ainda a minha alma. Como um risco de fogo na noite. Lembro-me bem do seu olhar. O resto... Sim o resto parece-se apenas com a vida. Ontem, passei nas ruas como qualquer pessoa e não encontrei amigos com quem falar.Tão triste que me pareceu que me seria impossível viver amanhã, não porque morresse ou me matasse, mas porque seria impossível viver amnhã e mais nada.

Abrigo no peito, como a um inimigo que temo ofender. Um coração exageradamente espontâneo quesente tudo o que eu sonho como se fosse real, que bate com o pé a melodia das canções que o meu pensamento canta.Canções tristes, como as ruas estreitas quando chove.

Álvaro de Campos

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