terça-feira, 26 de maio de 2009

domingo, 24 de maio de 2009



Gosto quando o vento despenteia os meus cabelos e assobia em meus ouvidos.
A sensação que me toma é a de liberdade!
Por um momento, tenho o pressentimento de que se abrisse os braços, poderia voar!
E então, seria levada pra onde o vento soprasse.
E divagando, me pego sorrindo, meio que boba, ao lembrar que meu vôo mais alto, foi justamente o de manter os pés no chão!

quinta-feira, 21 de maio de 2009



Hoje doem-me as palavras…

Não me dói a carne ou os ossos
doem-me as palavras nas pontas dos dedos.
Pobres palavras...
que destinadas a sofrer de dor na alma
jazem num leito de papel
tão fragilizadas e magoadas
a sangrarem 2000 gotas suicidas por minuto.
E tu, mundo, sabes que eu não as quero
deixar sair assim
só porque elas reclamam
que aqui dentro de mim
o sangue está infestado pelas saudades
do amor que sinto.


É tão difícil falar e dizer coisas que não podem serem ditas.
É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?
Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo.
Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 20 de maio de 2009



O Amor...
É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor, são os
fortes.
Os que sabem... os que querem... e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
E nunca desistir, da busca de ser feliz,
É para poucos!!!


Hoje me sinto assim, como este rochedo...
Desejando ser abraçada pelo mar em turbilhão,
ser levada com as ondas para bem longe,
numa viagem sem regresso.

terça-feira, 12 de maio de 2009


Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta o quanto dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo " Olha que estou tendo muita paciência com você!"
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro filho, amigo, amante, marido - não me considere sempre sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vunerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - "uma mulher".

Lya Luft

segunda-feira, 11 de maio de 2009



No meu poema existe um verso em branco e sem medida,um corpo que respira, um céu aberto, janela debruçada para a vida. No meu poema existe a dor calada lá no fundo, o passo da coragem em casa escura e, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite,o riso e a voz refeita à luz do dia,a festa da Senhora da Agonia e o cansaço do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio,a sina de quem nasce fraco ou forte,
O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste,que vence ou adormece antes da morte.
No meu poema existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.
No meu poema existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.
Existe um rio,a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste, que vence ou adormece antes da morte.
No meu poema existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro.

quinta-feira, 7 de maio de 2009


"Que te importam meus sonhos, que te importam meus amores? Que importa a água do deserto e à gazela do areal, que o árabe tenha sede ou que o leão tenha fome? Mas a sede e a fome são fatais. O amor é como eles: entende-mes agora? "

Alvares de Azevedo

Quando olhamos para o céu, quando ainda é dia, e vemos o Sol bem lá no alto, não sabemos que ele não está mais ali, naquele local. A luz leva alguns minutos para chegar até nossos olhos, então ele já está alguns minutos afrente do que os nossos olhos podem ver.
Assim é nossa vida, ela já está afrente do que podemos ver, há coisas que fazemos que guiam nossa vida de maneira que ela avança mais rápido do que podemos imaginar... os passos da vida são mais longos que os nossos. Então, quando nos damos conta, vemos que não se pode mudar o destino, pois ele, na verdade, já passou. Só estamos vendo a luz dele, que demora alguns minutos para chegar aos nossos olhos...

Teimo em viver teimosamente
em total dissintonia com o fluxo
das idéias dominantes.
Vontade de submergir na grande onda,
de largar idéias e convicções,
como se tudo que eu acreditara
fosse simplesmente nada.
Mas, resisto, insisto, busco novas forças
onde não supusera que as houvesse.

Só sei que sinto em mim tamanha vontade
de seguir, de mudar, de dinamitar moinhos,
que a vontade contrária emudece em meu pensamento,
deixando, em seu lugar, o brio, a determinação, a flama,
além de tudo o mais da matéria de que são feitos os sonhos;
e das vontades dispostas, de asas para voar pela imensidade...
Vou sair pra ver o céu.
Vou me perder entre as estrelas.
Ver de onde nasce o sol.
Como se guiam os cometas pelo espaço.
E os meus passos, nunca mais serão iguais.
Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza.
Deixo toda a dor pra traz.
Perdida num planeta abandonada no espaço.
E volto sem olhar pra traz.
No escuro do céu.
Mais longe que o sol.
Perdida num planeta abandonado.
No espaço...


Tantos medos... tantos receios...
e o que mais quero é tão simples ..
Apenas uma mão estendida... e duas pequenas palavras
"Estou aqui"...

segunda-feira, 4 de maio de 2009


Quando se quebra o encanto e não há nada mais a fazer que suportar a dor,
quando a noite não traz a madrugada e o mundo se acinzenta e perde a cor, quando parece ser o fim da estrada e qualquer coisa diz que a caminhada poderia ter tido
outro sabor,

é mais que tempo de saltar o muro
e retomar a busca do futuro.

Perdoe-me,
Se hoje sou apenas silêncio,
E calo a palavra,
Com a alma sombria,
E o meu olhar foge do seu,
Para que você não veja a lágrima teimosa,
Perdoe-me,
Se hoje meus braços fraquejaram,
E o abraço não foi tão forte,
Perdoe-me,
Se hoje o sorriso fugiu do meu rosto,
E não estive tão presente,
E fiz da ausência uma defesa dos meus sentimentos,
Na tentativa de não confessar,
De que hoje sou eu,
Que precisa da palavra certa,
Do olhar de carinho,
E o abraço forte,
Perdoe-me,
Se hoje sou eu quem precisa de você...

"Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água."

Álvaro de Campos

Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido. Mas sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim...

Li uma vez que o simples bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do planeta. Já avaliaram isso? Ah, não sei não. Não entendo nada de física, nem de escalas temporais. Minha história é outra. Acredito que uma pequena escolha na vida pode mudar muita coisa lá na frente. A dimensão de tal fato? Não sei medir. Mas, por via das dúvidas, me asseguro: acalmo as borboletas que voam na minha frente e exijo-lhes ordem. Afinal, nunca se sabe o temporal que somos capazes de criar. Ou eu controlo meus atos, ou eles me controlarão.


Confesso que entre lamentar o ontem e sonhar com o amanhã.. eu vivo o hoje
entre guardar o rancor e duvidar... eu acredito
entre o não e o talvez.. eu digo sim

Porque por mais que as adversidades sejam presentes em minha vida, a única pessoa capaz de mudar isso, sou eu..

Por isso eu amo, caio, levanto, acredito.. quantas vezes forem necessárias
pq meu momento será sempre o agora, e jamais o depois.

Prefiro as amargas verdades que as doces mentiras...
Sempre tive o costume de dizer que
dispenso elogios feitos da boca pra fora,
E que me fazem iludir...
Há um tempo em que acordo dos sonhos...

Me olho no espelho... e me embruteço com o mundo...
simplesmente porque alguém em algum dia...
E sem qualquer motivo...achou que podia brincar comigo...
com meus sentimentos... com minha vida...

Nunca digas o que não sentes... não faças o que não queres...
não fiques com quem não amas...
Não prometas amor por quem nada sentes...
nunca jogue com a carência afetiva de ninguém...

Um dia a vida... de forma muito amarga...cobrará isto de você...
E a tal solidão baterá à sua porta...
chegará de mansinho... falando bonito...soando falso...
e simplesmente ficará...

E você descobrirá, tudo que jogou fora...
por imaturidade ou insensatez!

Sou Lenda, porque as lendas são envoltas em Mistérios e Magias.
São uma criação dos caminhos da Mente, da vaga imaginação dos silêncios da Alma por fim libertados...Sendo Lenda, posso brincar na tua alegria, ser parte da tua emoção, e caminhar tranquila, pela tua ilusão...

Sou lenda, porque as lendas correm livres junto ao vento, buscando as vozes da memória para que alcancem as histórias perdidas no tempo...Sendo Lenda, posso escrever o meu nome na tua vida e instalar-me no aconchego do teu coração, como uma sensação de perfume no ar...Sendo Lenda, posso ser parte de ti, sem que tu percebas...


Não sei porque repentinamente meu coração ficou mergulhado na sombra da tristeza,
é talvez efeito da solidão, respondeu-me a voz da razão,
Antes eu sempre estive solitária, mas jamais tão triste como agora.
Olho a noite embalsamada de perfumes primaveris
e fico sem compreender a razão do ser dessa melancolia.
Tudo é belo,o luar cor de prata, a noite transparente e azul...
Você está presente em tudo,
no luar cintilante que hoje me aparece tão triste
No sussurro da brisa
que toca levemente os meus cabelos com suas mãos de sonhos,
Nas estrelas que piscam silenciosamente no céu.
Agora compreendo porque estou triste...
Você está em toda parte mas não está ao meu lado
estou sozinha, e a noite é linda...
Minha alma tem frio e meu coração pulsa
fortemente inquieto
como se estivesse desfalecendo,
você está em toda parte,
na noite linda, no luar nas estrelas,
e principalmente dentro do meu
coração...

Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez...
É a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda...
Que me entristece que me mata trazendo tudo que poderia ter sido...

E não foi!


((Luiz Fernando Veríssimo)

sábado, 2 de maio de 2009